A osteoartrose (OA) do quadril é uma doença degenerativa e progressiva que também afeta o sistema músculoesquelético de adultos. A doença é caracterizada pela perda progressiva da cartilagem articular e pode afetar também qualquer articulação sinovial como joelhos, cotovelos, ombros etc.
A prevalência da OA aumenta com a idade, sendo o envelhecimento o fator de risco mais comum para o desenvolvimento da doença, podendo atingir até 30% das pessoas acima de 60 anos. Outro fator de risco é a obesidade, devido à sobrecarga imposta na articulação, os exercícios físicos de alta intensidade, frequência e duração (overuse) podem afetar a integridade anatômica e biomecânica do quadril.
Os sintomas e sinais clínicos da OA incluem: dor na articulação do quadril que agrava com atividade e alivia com o repouso; rigidez articular matinal e após períodos de imobilidade; postura compensatória com distribuição da carga para o lado íntegro; limitação funcional (para sentar, calçar sapatos, agachar, subir e descer escadas, correr e pular) e comprometimento da qualidade de vida. No estágio mais avançado da doença pode ser necessária a intervenção cirúrgica com a substituição da articulação pela prótese de quadril (artroplastia de quadril).
O Colégio Americano de Reumatologia (ACR) recomenda que o tratamento inicial da OA seja realizado através de medidas não farmacológicas, assim o método Pilates é uma excelente intervenção através do treinamento neuromuscular. O Pilates fortalece os músculos estabilizadores lombopélvicos — também conhecidos como powerhouse — os exercícios de força e resistência são de suma importância, e a ênfase é dada para os músculos abdutores e rotadores externos do quadril. Esses músculos atuam na redução da sobrecarga articular, diminuindo as áreas de compressão e melhorando a estabilidade articular.
Os exercícios do Pilates são de baixo impacto e trabalham com carga progressiva (força elástica das molas), e seus efeitos são comprovados cientificamente como a diminuição da dor articular, aumento da mobilidade, melhora da propriocepção e do equilíbrio, além de restaurar a capacidade funcional e a qualidade de vida dos pacientes acometidos com OA de quadril. Contudo, o tratamento deve ser individualizado e com adequada supervisão profissional.
Ft. Érika Barroso Batista (Crefito: 167261-F)
Mestre em Ciências da Reabilitação; especialista em Fisioterapia traumato ortopédica; Professora dos cursos VOLL Pilates e do FisioStudio Pilates & Treinamento Funcional.
Referências:
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Fernandes L, Hagen KB, Bijlsma JW, et al. EULAR recommendations for the non pharmacological core management of hip and knee osteoarthritis. Ann Rheum Dis, 2013.
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