A fibromialgia é uma das doenças reumatógicas mais frequente no Brasil, ela é caracterizada pela desordem musculoesquelética com sintomas de dor difusa e crônica (tender points), onde ocorre a sensibilização do sistema nervoso central à dor.  Os critérios de diagnóstico são estabelecidos pelo Colégio Americano de Reumatologia (ACR) com dor em 11 dos 18 pontos pré estabelecidos.

A incidência da fibromilagia é maior em mulheres acima dos 30 anos. Além das dores, são comuns queixas de fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal, parestesia (formigamento), sensação de edema (inchaço) e depressão, comprometendo assim a qualidade de vida dos pacientes.

Não existe uma causa definida para o surgimento da fibromialgia, mas pode aparecer depois de um trauma físico, psicológico e inclusive infeccioso.

Apesar dos exercícios aeróbios serem os mais adequados, o método Pilates pode ser associado aos exercícios aeróbicos como caminhadas leve a moderada. O pilates é um recurso terapêutico não medicamentoso eficaz na melhora do quadro doloroso, na diminuição da ansiedade e na melhora da qualidade de vida dos pacientes fibromiálgicos.

Após a avaliação funcional os pacientes devem ser orientados e acompanhados por profissionais habilitados a realizar os exercícios musculoesqueléticos pelo menos duas vezes por semana, com resistência leve e, que não induza a dor pelo exercício. O Pilates promove o controle respiratório, diminuindo a ansiedade e fadiga, além de adaptado individualmente, os instrutores fisioterapeutas, podem ainda realizar terapias manuais durantes as aulas para atenuar os tender points.

O primeiro estudo clínico a investigar o efeito do Pilates em mulheres com fibromialgia foi o de Altan et al., 2009. Os pesquisadores randomizaram 50 mulheres em dois grupos: 1)  Grupo Pilates e 2) Grupo Relaxamento e alongamento, ambos grupos realizaram os exercícios de Pilates ou alongamento 3x por semana, durante 12 e 24 semanas. Somente no do Pilates houve melhora signifitiva da dor após 24 semanas, sugerindo que o Pilates é um método eficaz e seguro para as pessoas com fibromialgia.

 

Ekici et al., (2016) avaliaram os efeitos do Pilates comparando com a massagem na dor, ansiedade e qualidade de vida de mulheres fibromiálgicas. Tanto os exercícios do Pilates quanto as massagens foram realizadas 3x por semana durante 4 semanas. Após este período os autores concluíram que ambas  intervenções foram efetivas na melhora do limiar de dor das mulheres com fibromialgia, contudo, a ansiedade foi menor e a satisfação maior no grupo que realizou os exercícios do Pilates.

Se você tem fibromialgia a ainda não conhece o Pilates, vale à pena tentar amenizar o desconforto causado pelas dores musculoesqueléticas através da prática prazerosa e adaptada do método. Cuide-se!

 

REFERÊNCIAS

Altan L, Korkmaz N, Bingol U, Gunay B. Effect of pilates training on people with fibromyalgia syndrome: a pilot study. Arch Phys Med Rehabil. 2009 Dec.

Ekici G, Unal E, Akbayrak T, Vardar-Yagli N, Yakut Y, Karabulut E. Effects of Active/Passive Interventions on Pain, Anxiety and Quality of Life in Women with Fibromyalgia: Randomized Controlled Pilot Trial. Women Health. 2016 Feb 16.