O Pilates pode ser realizado desde o primeiro trimestre, mas com autorização médica atestando que o estado clínico da gestante é propício para realizar exercícios resistidos e de flexibilidade. Por precaução no Brasil muitos médicos evitam indicar a prática de exercícios físicos durante o primeiro trimeste, alguns liberam somente quando a gestante já era ativa antes de engravidar.

O método PILATES é um tratamento conservador, os exercícios promovem a estabilidade articular, reduzindo a intensidade e frequência da dor, principalmente a lombalgia que surge a partir da 20ª semana gestacional.

Nele os exercícios são realizados de acordo com o período gestacional, com ênfase no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (AP) para prevenção de incontinência urinária e associados com as atividades funcionais da gestante como segurar, puxar, agachar, já que a futura mamãe vai se movimentar bastante depois da chegada do seu bebê.

As gestantes queixam-se com frequencia dos inchaços nas pernas e pés, o Pilates também diminui o edema de membros inferiores, ativando o tríceps sural através dos exercícios flexo-extensão de tornozelos.

O instrutor de Pilates deve atentar para alguns detalhes no atendimento das gestantes, além de conhecer sobre a fisiologia da gestação, a ação hormonal e sua relação com aumento da flexibilidade, das dores lombares, da frouxidão das articulações sacroilíacas e sínfise púbica, este deve avaliar a presença de diástase do abdome, pois neste caso é desaconselhável o abdominal tradicional com flexão anterior de tronco, uma vez que o músculo reto do abdome está fragilizado. Outros cuidados são listados abaixo:

– Alongamentos excessivos aumentam a chance de lesão por estiramento muscular;

– Bom senso nos exercícios cujo objetivo seja de aumentar o equilíbrio, a gestante pode perder o equilíbrio e se machucar;

– Atentar para a estabilização articular através do contínuo feedback verbal, tátil ou cinestésico já que suas articulações estão mais instáveis;

– Mudar de decúbitos com maior frequência e controle, algumas gestantes sentem parestesia e/ou desconforto quando na mesma posição por tempo prolongado; e

– Aumentar a quantidade de pausas entre os exercícios para ela se hidratar ou ir ao banheiro.

Estudos recentes realizados com gestantes com o objetivo de avaliar o efeito do Pilates comprovaram que o método foi efetivo para evitar o aumento de peso excessivo e diminuição das dores lombares da gestante. Outros estudos também concluíram que os exercícios não prejudicaram o crescimento fetal e, aumentaram a qualidade do sono da mamãe, diminuindo também as chances de depressão pós parto.

Vamos evitar as possíveis dores e se exercitar antes da chegada do bebê!

Érika Batista

Fisioterapeuta/ CREFITO 167261-F

Mestre em Ciências da Reabilitação

Professora do Grupo Voll Pilates

Professora do FisioStudio Pilates & Funcional

 

REFERÊNCIAS

Ko YL, Yang CL, Fang CL, Lee MY, Lin PC. Community-based postpartum exercise program. J Clin Nurs. 2013 Aug;22(15-16):2122-31.

Surita FG , Nascimento SL, Pinto e Silva JL. Exercício físico e gestação. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.36 no.9 Rio de Janeiro Sept.

Nascimento SL, Godoy AC , Surita FG, Pinto e Silva JL. Recomendações para a prática de exercício físico na gravidez: uma revisão crítica da literatura. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.36 no.9 Rio de Janeiro Sept. 2014  Epub Sep 08, 2014